Queria
reflectir convosco sobre três realidades: a primeira, Deus surpreende-nos;
a segunda, Deus pede-nos fidelidade; a terceira, Deus é a nossa força.
1. A primeira: Deus surpreende-nos.
Deus surpreende-nos; é precisamente na pobreza,
na fraqueza, na humildade que Ele Se manifesta e nos dá o seu amor que nos
salva, cura, dá força. Pede somente que sigamos a sua palavra e tenhamos
confiança n’Ele.
Deus surpreende-nos sempre, rompe os nossos esquemas, põe em crise os
nossos projectos, e diz-nos: confia em Mim, não tenhas medo, deixa-te
surpreender, sai de ti mesmo e segue-Me!
Hoje perguntemo-nos, todos, se temos medo daquilo que Deus me poderá pedir ou
está pedindo. Deixo-me surpreender por Deus, como fez Maria, ou fecho-me nas
minhas seguranças, seguranças materiais, seguranças intelectuais, seguranças
ideológicas, seguranças dos meus projectos? Deixo verdadeiramente Deus entrar na
minha vida? Como Lhe respondo?
2. O segundo ponto: lembrar-se sempre
de Cristo, a memória de Jesus Cristo, e isto significa perseverar na fé. Deus
surpreende-nos com o seu amor, mas pede fidelidade em segui-Lo.
Pensemos quantas vezes já nos entusiasmámos por qualquer coisa, por
uma iniciativa, por um compromisso, mas depois, ao surgirem os primeiros
problemas, abandonámos. E, infelizmente, isto acontece também com as opções
fundamentais, como a do matrimónio. É a dificuldade de ser constantes, de ser
fiéis às decisões tomadas, aos compromissos assumidos. Muitas vezes é fácil
dizer «sim», mas depois não se consegue repetir este «sim» todos os dias.
Infelizmente, a cultura do provisório, do relativo penetra também na vivência da
fé. Deus pede-nos para Lhe sermos fiéis, todos os dias, nas acções quotidianas. Ele não se cansa de nos estender a mão para nos erguer e encorajar
a retomar o caminho, a voltar para Ele e confessar-Lhe a nossa fraqueza a fim de
que nos dê a sua força. E este é o caminho definitivo: sempre com o Senhor,
mesmo com as nossas fraquezas, mesmo com os nossos pecados. Nunca podemos ir
pela estrada do provisório. Isto nos destrói.
3. O último ponto: Deus é a nossa força. É preciso saber agradecer, saber louvar o Senhor pelo que faz por
nós.
Tudo é dom d’Ele. Se conseguimos entender que tudo
é dom de Deus, então quanta felicidade teremos no nosso coração! Tudo é dom
d’Ele. Ele é a nossa força! Dizer obrigado parece tão fácil, e todavia é tão
difícil! Quantas vezes dizemos obrigado em família? Esta é uma das
palavras-chaves da convivência. “Com licença”, “perdão”, “obrigado”: se numa
família se dizem estas três palavras, a família segue adiante. “Com licença”,
“perdão”, “obrigado”. Quantas vezes dizemos “obrigado” junto da família? Quantas
vezes dizemos obrigado a quem nos ajuda, vive perto de nós e nos acompanha na
vida? Muitas vezes damos tudo isso como suposto! E o mesmo acontece com Deus. É
fácil ir até ao Senhor para pedir alguma coisa, mas ir agradece-Lo…
Continuando a Eucaristia, invocamos a intercessão de Maria, para que nos
ajude a deixarmo-nos surpreender por Deus sem resistências, a sermos-Lhe fiéis
todos os dias, a louvá-Lo e agradecer-Lhe porque Ele é a nossa força. Amen.
*
* *
Bem-Aventurada Virgem de
Fátima, com renovada
gratidão pela tua presença
materna unimos a nossa voz à
de todas as gerações que te
dizem bem-aventurada.
Celebramos em ti as
grandes obras de Deus, que
nunca se cansa de se
inclinar com misericórdia
sobre a humanidade,
atormentada pelo mal e
ferida pelo pecado, para a
guiar e salvar.
Acolhe com benevolência
de Mãe o acto de entrega que
hoje fazemos com confiança,
diante desta tua imagem a
nós tão querida.
Temos a certeza que cada
um de nós é precioso aos
teus olhos e que nada te é
desconhecido de tudo o que
habita os nossos corações.
Deixamo-nos alcançar pelo
teu olhar dulcíssimo e
recebemos a carícia
confortadora do teu sorriso.
Guarda a nossa vida entre
os teus braços: abençoe e
fortalece qualquer desejo de
bem; reacende e alimenta a
fé; ampara e ilumina a
esperança; suscita e anima a
caridade; guia todos nós no
caminho da santidade.
Ensina-nos o teu mesmo
amor de predilecção pelos
pequeninos e pelos pobres,
pelos excluídos e
sofredores, pelos pecadores
e os desorientados; reúne
todos sob a tua protecção e
recomenda todos ao teu
dilecto Filho, nosso Senhor
Jesus.
Amém.
(http://www.vatican.va/holy_father/francesco/homilies/2013/documents/papa-francesco_20131013_omelia-giornata-mariana_po.html)
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