"O que significam os votos de castidade e obediência?
A primeira ideia,
e que me parece ser a mais fundamental, é a consciência que a consagração não
se faz com um valor em si, mas a uma Pessoa. Não fazemos voto de pobreza, pela
pobreza, mas pelo desejo de viver uma vida como a de Jesus. Não se trata de
outro tipo de pobreza, senão a de Cristo pobre e humilde!
Se não se
entender isto, o voto de pobreza pode quase ser ofensivo. Como pode alguém
querer viver pobre? Não deveríamos nós querer terminar com a pobreza?
E queremos!
Mas do que estou
a falar é de outro tipo de pobreza. Trata-se de uma pobreza voluntária que gera
total disponibilidade para servir o mundo de um modo gratuito, lembrando a todo
o momento como também o Amor de Deus por cada um é gratuito. A ausência de
seguranças próprias, de bens materiais, a procura de um estilo de vida simples,
quer ser uma ajuda para um modo de vida alegre e hospitaleiro para com cada
pessoa que vem ao nosso encontro. Abdica-se de ter qualquer coisa própria, de
modo a que tudo o que se tenha seja em função e para servir os outros.
O voto de pobreza
é igualmente afirmação de uma vida confiada na providência divina. Quando Jesus
envia os discípulos, dá-lhe indicação para que «não leveis nada para o caminho,
nem cajado, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas» [Lc
9,3], pois a nossa confiança não está neste mundo.
Resumindo, o voto
de pobreza, no meu entendimento, é a manifestação de uma vida totalmente livre
para amar cada um na sua diversidade, que serve gratuitamente sem procurar
qualquer recompensa e com uma confiança total em Deus, tornando-nos assim mais
disponíveis para os outros."
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